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Intervenções

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ABA (Applied Behavior Analysis)

A análise aplicada do Comportamento é uma abordagem comprovada cientificamente e baseia-se nos pressupostos básicos do behaviorismo. As descobertas de Skinner, sobre Condicionamento Operante, que significa que um comportamento seguido por um estímulo reforçador resulta, em uma probabilidade maior de que aquele comportamento ocorra em outros momentos, é o pressuposto básico da Análise do Comportamento. Os analistas do comportamento intervêm planejando contingências para que consequências reforçadoras fortaleçam respostas adequadas, desta forma novas habilidades são ensinadas.

A ABA tem como principais objetivos, a redução de comportamentos inadequados e o ensino de novas habilidades. No processo avaliativo são investigadas quais são as habilidades que o indivíduo possui, as que devem ser ensinadas, assim como, os comportamentos problemas que devem ser diminuídos. A partir daí monta-se um currículo funcional para cada um. Este currículo é dividido em uma série de categorias, ou “programas” que envolvem habilidades básicas, habilidades de imitação, habilidades de comunicação (ouvinte e falante), habilidades sociais, habilidades acadêmicas e habilidades de autocuidado.

Estas habilidades podem ser ensinadas por diferentes tipos de ensino, como o Ensino por Tentativa Discreta, Ensino Naturalístico, Ensino Pivotal, Encadeamento, entre outos.

TEACCH

TEACCH (Treatment and Education of Autistic and related Communication handicapped Children), é um programa que foi desenvolvido na década de 70, por Eric Shopler, a partir de uma visão diferenciada da criança autista. Até então os profissionais que atuavam no Departamento de Psiquiatria da Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill, atuavam com uma visão psicanalítica. Shopler acreditava que o autismo tinha uma base neurobiológica, assim, juntou-se ao grupo, propondo uma abordagem diferente, que consistia em um trabalho individualizado de ensino direcionado para os próprios indivíduos.

O TEACCH é um programa de ensino estruturado que foi elaborado valorizando áreas não prejudicas no autismo, crianças com TEA apresentam uma rigidez de pensamento, dificuldade em compreender contextos e dificuldade em compreender o que lhe é dito, ao mesmo tempo estas crianças possuem uma memória visual preservada. Estudos mostram que quanto mais estruturado o ambiente e os materiais de acordo com o nível de compreensão do indivíduo, mais rápido é o seu aprendizado. Assim, recursos visuais devem ser bastante utilizados nas intervenções comportamentais.

O principal objetivo do TEACCH é tornar o indivíduo o mais independente possível além de, estimular a relação de causa e efeito, incentivar a comunicação e respeitar a individualidade de cada um.

PECS

PECS (Picture Exchange Communication System) foi desenvolvido em 1985, nos EUA por Andrew Bondy (psicólogo) e Lori Frost (fonoaudióloga). Esse sistema foi criado em resposta a dificuldade em usar com sucesso diversos programas de estimulação da comunicação em crianças e jovens com TEA (Transtorno do Espectro do Autismo) (Frost, Bondy 2012). O princípio do PECS é baseado nos princípios do reforçamento positivo da Análise do Comportamento. O sistema pode ter duas funções, a primeira é que pode servir como uma ferramenta para comunicação alternativa, ou seja, para aquelas crianças que não desenvolvem a fala, esta passa a ser uma forma de se comunicar. A segunda é uma função aumentativa, para aquelas crianças que possuem fala, mas tem algum tipo de dificuldade, seja na espontaneidade, na formação de frases, no vocabulário, a resposta a pedidos, entre outros.

O PECS é divido em 6 fases, cada uma com objetivos específicos, é um dos programas utilizados para estimular o comportamento verbal e é fundamental para fazer o indivíduo compreender o funcionamento da comunicação e ter iniciativa em utilizar essa comunicação de forma funcional.

ALFABETIZAÇÃO

A SOMAR desenvolve um trabalho de alfabetização específico para crianças com TEA, a partir das características de cada um, monta-se um planejamento de ensino. A alfabetização é um processo que depende de diferentes repertórios, como por exemplo, conhecimentos de similaridade e diferença entre os estímulos, comportamento de ouvinte, habilidade motora fina, entre outras. O conteúdo de leitura e escrita vem após a aprendizagem destas habilidades que são pré-requisitos para seu desenvolvimento.

          O nosso principal objetivo é tornar a alfabetização motivadora, um momento no qual a criança goste e sinta prazer. Neste contexto, desenvolvemos uma forma de alfabetizar única, com personagens, músicas, textos e muitas brincadeiras.

Estimulação do repertório motor amplo

Todo desenvolvimento se dá pela interação do indivíduo com o meio que o cerca, e com a motricidade não é diferente. Desde o nascimento até a velhice passamos por fases de aquisição motora e nesse processo vivenciamos etapas de aprendizagem, especialização e manutenção das habilidades. Pessoas com TEA tendem a apresentar interesses restritos de atividades, e as motoras muitas vezes não estão entre seus interesses, assim a falta de vivências poderá trazer prejuízos a sua motricidade. Diante disso, é importante que estratégias sejam criadas objetivando o engajamento delas em atividades de estimulação motora. O objetivo do educador físico é o de planejar, estruturar e aplicar as atividades motoras, dentro da individualidade de cada um e trabalhar o aumento do repertório motor através da exploração corporal. Para tal, a criança precisa explorar situações que envolvam importantes área do desenvolvimento motor como equilíbrio, lateralidade, coordenação motora, agilidade, força, velocidade, propriocepção, motricidade fina e percepções sensoriais.

ESTIMULAÇÃO ABA EM AMBIETE AQUATICO

A estimulação aquática tem como principal objetivo propiciar condições de sobrevivência em meio líquido para os praticantes. Diante disso, faz-se necessária uma adaptação gradual, nessa fase, deve-se fazer com que o paciente desenvolva confiança no ambiente e no profissional, a fim de que ele aprenda a dominar este meio da melhor forma possível. Uma adaptação acelerada ou que pule etapas importantes nessa relação aluno e água podem impactar negativamente no processo de aprendizagem.

Na  estimulação aquática também são estimulados exercícios que auxiliam o desenvolvimento de uma consciência corporal dos fundamentos importantes para a realização do nado, como pernada, braçada e mergulho. A partir desta consciência corporal a criança passa a criar seus próprios mecanismos de deslocamentos e se deslocar com autonomia pela piscina, neste momento, outros objetivos passam a ser visados, como o aperfeiçoamento do nado crawl e a estimulação dos demais nado (peito, costas, borboleta).

FONOTERAPIA

A comunicação é definida como a capacidade de receber, enviar, processar e compreender conceitos de sistemas verbais, não verbais ou gráficos. A aquisição da linguagem dentro do padrão de normalidade, se inicia nos primeiros contatos do bebê com o mundo, por meio das interações com as pessoas ao seu redor e das interferências que o ambiente e as pessoas que estão nesse meio exercem sobre o indivíduo. Ou seja, se eu tenho um ambiente estimulador, no qual as pessoas brincam, cantam e estimulam a criança, é esperado que essa criança tenha mais facilidade no seu desenvolvimento de linguagem do que uma criança que permanece em um ambiente no qual existem poucos estímulos.

Porém, para os indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) essas interações por si só não são suficientes. Para eles precisamos criar muitas oportunidades para que desenvolvam habilidades comunicativas funcionais. Na fonoterapia estratégias e oportunidades são criadas para aumentar essas possibilidades de comunicação da criança e assim amplia-se a possibilidade de desenvolvimento da linguagem funcional.

          Durante a fonoterapia também é trabalhada a seletividade alimentar com os pacientes que apresentam essa necessidade. Algumas crianças com TEA podem apresentar seletividade alimentar, especialmente pelo comportamento repetitivo, interesse restrito e dificuldade na interação. Além disso, fatores sensoriais, familiares, fisiológico, dentre outros, também podem influenciar no padrão alimentar dessas crianças. Sabendo que cada uma delas possui diferentes necessidades, traçamos um planejamento individual com intervenção multiprofissional e acompanhamento familiar através de reuniões, estratégias para intervenção e generalização

INTEGRAÇÃO SENSORIAL

O conceito da Integração Sensorial começou a ser desenvolvido pela Dra. Jean Ayres, terapeuta ocupacional, psicóloga educacional e neurocientista, nos anos 60. Ela foi a primeira a desenvolver a teoria de que a Integração Sensorial tem influência no comportamento e na aprendizagem das crianças. E trata-se de um processo cerebral que leva à organização e interpretação das informações que recebemos através dos sentidos do nosso corpo, o olfato, o toque, o paladar, a visão, a audição, o movimento, dentre outros.

A Integração Sensorial nos remete ao fato de que o aprendizado depende do nosso corpo conseguir receber, processar e responder às informações que chegam até ele. A integração de todas as sensações é necessária para que possamos desempenhar nossas funções de forma satisfatória e funcional e assim promover o seu desenvolvimento. A terapia de integração sensorial se faz necessária para crianças que tenham disfunção na organização dos sentidos, ela vai agir na organização do processamento sensorial e assim refletir no bom desempenho das atividades do cotidiano, compondo a capacidade do indivíduo de regular e organizar os graus, a intensidade e a natureza das respostas a estímulos diversos.

ACOMPANHANTE TERAPEUTICO NA ESCOLA

A escola se constitui como um recurso fundamental para enriquecer as experiências sociais dos indivíduos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), oportunizando a interação entre pares e contribuindo para o desenvolvimento de novas aprendizagens e comportamentos. Entretanto para que uma criança ou jovem com TEA sinta-se bem nesse espaço e compreenda o que se espera dela, faz-se necessário na maioria das vezes realizar algumas adaptações.

O  Acompanhante Terapêutico realiza intervenção nas estimulações que acontecem em ambiente natural e em situações cotidianas do dia a dia do indivíduo. Esse trabalho possibilita a intervenção direta durante as ocorrências dos comportamentos inadequados do indivíduo, como também o ensino de repertórios sociais para o mesmo. Que são fundamentais para a sua convivência na sociedade.

Ele conta com o apoio de um supervisor, que vai realiza visitas e observações do indivíduo no ambiente escolar, avaliações para traçar o desempenho dele, reuniões de supervisão com o profissional que realiza o Acompanhamento Terapêutico e com a equipe pedagógica da Escola para traçar juntos o planejamento a ser desenvolvido e identificar as habilidades alvo desse indivíduo, execução de planejamento para que seja promovida a interação do indivíduo com as outras pessoas e para estimular em ambiente natural as dificuldades individuais de cada um, esse profissional também vai desenvolver relatórios para a família e realizar encontros com os familiares.

CONSULTORIA DOMICILIAR

O olhar especializado do terapeuta ABA no ambiente domiciliar é tão importante quanto o acompanhamento clínico, pois é no ambiente de casa que a criança muitas vezes apresenta comportamentos que chamamos “alvo”, ou seja, necessários de intervenção imediata. A consultoria domiciliar visa a independência da criança e o adequado desempenho em todas as áreas estimuladas de acordo com a faixa etária esperada.

          O terapeuta ABA domiciliar não realiza terapia dentro do domicílio, ou seja, não substitui o acompanhamento multiprofissional clínico, contudo através da observação especializada, entrevista com os responsáveis e avaliações, são traçadas estratégias para auxiliar os familiares a realizarem as intervenções conforme a necessidade verificada. Além disso, as orientações e acompanhamento da eficácia das intervenções são mantidas pelo profissional responsável.

NEUROFEEDBACK

é uma técnica de neuromdulação, não farmacológica, não invasiva e não dolorosa onde o indivíduo toma consciência e adquire domínio do funcionamento da própria fisiologia cerebral através da tecnologia. Isso é possível através do uso de sensores sobre o couro cabeludo, para captar mensagens elétricas do cérebro, que são enviadas como dados digitais para um software, que decodifica estes sinais corporais através de interfaces gráficas (jogos, vídeos, músicas) que informam o paciente, em tempo real, sobre o funcionamento do seu próprio cérebro.

O objetivo do Neurofeedback é ensinar as pessoas (saudáveis ou pacientes) através de treinos repetidos, a aumentarem voluntariamente o desempenho do cérebro durante atividades de vida diária. Essa técnica é utilizada por atletas de elite, executivos, estudantes e por pacientes das mais diversas patologias (TDAH, ansiedade, depressão, transtorno obsessivo compulsivo, cefaleia, enxaqueca, insônia, inclusive Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).

A Clínica Somar, utiliza essa técnica com o objetivo de aumentar a proposta de tratamento para suas crianças. Inicialmente é feita uma avaliação do paciente com a tecnologia do Neurofeedback medindo a atividade elétrica do seu cérebro através de um eletroencefalograma, enquanto se realiza tarefas, que ativam diferentes áreas do seu cérebro. Essa anÁlise inicial envolve um mapeamento da atividade cerebral e avaliação psicológica do paciente e através dela é possível detectar quais áreas cerebrais estão com seu desenvolvimento comprometido e precisam ser trabalhadas. A partir daí que é estabelecido o que precisa ser treinado, em quais regiões do cérebro, bem como, o número de sessões.

ODONTOLOGIA

A Sorriso Especial tem como missão proporcionar o bem-estar dos pacientes que buscam a saúde odontológica, e seu principal objetivo é estimular a prevenção e saúde bucal do paciente. Um grande diferencial dos seus profissionais é enxergar o paciente como único e respeitar sua individualidade. A Sorriso Especial tem uma forma diferente de fazer a odontologia, foca em um ambiente motivador, preza visitas periódicas e treina a criança a cooperar com apoios de recursos visuais e treinos de modelagem.

APOIO PSICOLÓGICO FAMILIAR

A SOMAR está sempre pensando em favorecer uma melhor qualidade de vida para pessoas com Autismo e seus familiares, por isso, disponibilizamos em nossos espaços um atendimento psicológico com foco na saúde mental da família e envolve o acolhimento e a escuta, vivências sobre diferentes temas, e questões emocionais que refletem no dia a dia das famílias dos nossos pacientes.

SOMANDO CONHECIMENTOS

Também faz parte dos objetivos da Somar Capacitar profissionais para o atendimento à pessoa com TEA, Orientar escolas e demais instituições que atendem esta população, Prestar assessoria a instituições especializadas no atendimento ao TEA e Promover e incentivar pesquisas sobre o Transtorno do Espectro do Autismo, difundindo o conhecimento. Sendo assim oferecemos um curso de pós-graduação em Transtorno do Espectro do Autismo com ênfase na intervenção comportamental em parceria com a Faculdade IDE, oferecemos também cursos de extensão, treinamentos e palestras para familiares e profissionais.